quarta-feira, 10 de junho de 2009

Ufba busca melhorar qualidade de vida de marisqueiras

Por Rafael Brito

Enquanto os Governos federal, estaduais e municipais não atuam para a melhora da qualidade de vida, principalmente da saúde pública brasileira, na qual vemos hospitais e centros deteriorados, faltando médicos e equipamentos para o atendimento da população. Faculdade e grupos voluntários procuram através do “assistencialismo” levar médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros para os mais excluídos da visão desses poderes públicos. É o caso da Universidade Federal da Bahia, que através de sua Secretaria de Saúde Ocupacional vem tentando medicar e ensinar para as marisqueiras do Recôncavo e algumas cidades do Litoral Baiano, melhores maneiras de realizar o trabalho do marisco.

Esse projeto foi iniciado pelo professor e medico da Ufba Paulo Pena, com o intuito de fazer uma pesquisa de como era o trabalho e os riscos de saúde que elas tinham pela má postura, exposição ao sol, entre outros problemas. Mas diferentes de outros programas de pesquisa universitária, ele deu início a um programa de atendimento médico chamado Projeto Popular e Intersetorialidade em Saúde nas Comunidades Pesqueiras da UFBA.

Além disso, procurou entrar em parceria com o INSS para elaborar um nexo a legislação baiana, em que pudessem colocar as doenças ocupacionais dessas mulheres dentro do programa que dar direito a aposentadoria para enfermos decorrente de trabalhos excessivos, como as Lesões de Esforço Repetitivo (LER), na qual elas estão incluídas, pois ao catar esses mariscos elas realizam em media 10200 toques. O que extrapola o numero que a constituição brasileira permite que são de 8000.

Entre as doenças catalogadas durante todas as etapas de ofício, no caso cinco (coleta, transporta, limpa, cozimento e cata de marisco, respectivamente), têm as LER, problemas de coluna, de pele, tendinite, bursite, infecções por bactérias, entre outros.

Hoje esse projeto vem se estendendo. Os médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e nutricionistas irão às comunidades para atender as mariscadeiras, logo que muitas têm dificuldade de transporte, por não terem dinheiro para virem a Salvador. È o chamado Projeto Itinerante.

“Quando o projeto começou a ser produzido começamos a ver nele uma maneira de criarmos políticas publicas para essa população”, observa Maria José coordenadora da Pastoral da Pesca da Diocese da Bahia. E assim todos os envolvidos vêm tentando melhorar da sociedade e assumindo o papel do Governo brasileiro.


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