quarta-feira, 10 de junho de 2009

A longa espera do metrô de Salvador

Por Edna Ferreira

Os problemas existentes no transporte de pessoas, aliados ao trânsito e à poluição são cada vez mais intensos, e tendem a agravar-se na medida em que a urbanização prossegue e a economia cresce. Quando falamos em política de transporte estamos discutindo também política econômica, política ambiental e qualidade de vida.
O sistema de transportes garante ao cidadão a possibilidade de inserção social,estabelecendo ligações entre pessoas e lugares urbanos. Ele deve ser encarado com um instrumento de desenvolvimento.
As políticas públicas de transporte têm que ser levadas a sério, pois, elas garantem uma melhor qualidade de vida para toda a população, trazendo melhores condições de locomoção, segurança e acessibilidade para realização das atividades necessárias à vida moderna, além de uma melhor qualidade ambiental.
As obras do metrô de Salvador foram iniciadas em janeiro de 2000 e nove anos depois, apenas 8 kms da linha 1 continuam em obras. O trecho Acesso Norte-Estação Pirajá encontra-se com as obras paralisadas, correndo risco de se deteriorar com o tempo. A partir da Estação Pirajá o restante do projeto desta primeira etapa ainda não saiu do papel.
São freqüentes os engarrafamentos, o desrespeito às leis do trânsito, o aumento do número de acidentes e atropelamentos, a falta de lugar para estacionar, entre outros, sem falar no estresse que tudo isso causa nas pessoas que, diariamente, necessitam enfrentar esse caos.
De acordo com Ivo Luís, chefe de estatística da SET, circulam na capital 449 mil carros de passeio e 55 mil motos. Uma linha de metrô absorveria a maior parte do movimento de carros.
Os transportes aproximam as pessoas e fazem circular a riqueza, integrando os diferentes espaços da ocupação humana. O transporte ferroviário é, sem dúvida, o mais eficiente e efetivo na maioria dos casos em que o transporte terrestre não pode ser substituído pelo hidroviário.
Nos centros urbanos, o metrô tem a possibilidade de transportar um número de passageiros maior, a maiores distâncias e em menor tempo que os ônibus. Além disso, o metrô subterrâneo não provoca nem sofre com congestionamentos e não colabora para a desordem das grandes cidades.
O sonho do metrô, que surgiu como uma promessa de solução parcial do problema do trânsito em Salvador demora de ser concretizado. Com um atraso causado por seguidos problemas na execução, e pela acusação de super faturamento por parte do Tribunal de Contas da União, o metrô de Salvador não consegue sair do papel. O atraso na conclusão das obras desanima aos usuários do serviço público de transporte. “Tenho a esperança de que vai sair. Não sei é se vou estar vivo pra ver”, afirma José Carlos Andrade Macedo 60 anos, morador na Ilha de São João (subúrbio de Salvador), e que trabalha como funcionário público, no centro da cidade.
Pelo que se investiu, (as obras já consumiram mais de R$1 bilhão) o metrô tem de ser concluído. Com certeza ele irá complementar o sistema de ônibus, facilitando assim a vida de milhares de pessoas que dependem do transporte coletivo na cidade.

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