quarta-feira, 3 de junho de 2009

Analfabetismo Funcional

Por Ciranda Campos e Laís Santos
Dentre os direitos sociais assegurados no artigo 6º da vigente Constituição Federal Brasileira está o direito à educação. Entretanto, os resultados apontados por pesquisas comprovam que estes benefícios que são garantidos pela lei não são cumpridos de maneira satisfatória.

Segundo apontam as pesquisas mais recentes do Indicador Nacional de Analfabetismo (Inap), mais de 25% da população brasileira, com idade entre 15 e 64 anos, é composta por analfabetos. Neste índice, estão incluídos os analfabetos classificados, de acordo com a Unesco, como absolutos, aqueles que não sabem ler, nem escrever e não conseguem realizar operações aritméticas simples; e os funcionais, cidadãos que possuem conhecimentos rudimentares de escrita e leitura, mas que, no entanto, não conseguem compreender textos simples e ler números com mais de seis casas decimais. Os analfabetos funcionais representam, atualmente, cerca de 21% da população nacional. Na Suécia, este indicador não chega sequer a 10%, número inferior à metade da estatística brasileira.

Qual é o motivo para, em pleno século XXI, ainda nos depararmos com números tão elevados como esses? Vários são os fatores responsáveis pela situação. Má administração dos governantes, desigualdade social, problemas antigos que, ao invés de serem solucionados, têm se acumulado ao longo dos anos. Porém, a ausência de políticas públicas eficientes é um dos elementos mais significativos para compreendermos o mau desempenho da sociedade mesmo quando nos referimos ao exercício de atividades básicas e tão importantes, como saber ler e escrever. Como mudar esta realidade sem investir em melhor infra-estrutura nas escolas? Sem qualificar e motivar os professores?

Ao passo em que estamos, com políticas públicas voltadas para a educação cada vez menos eficientes, ainda não será neste século que o Brasil conseguirá erradicar o analfabetismo e, consequentemente, eliminar outras problemas sociais ocasionados em virtude da precária educação da população, como os altos índices de desemprego e a violência. Como um país pode almejar o desenvolvimento sem que seus pilares estejam bem solidificados?

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